Eduardo Cunha é um nome que evoca reações fortes na política brasileira. Para alguns, ele é uma figura vil e corrupta, responsável por grande parte da crise política que afetou o país nos últimos anos. Para outros, ele é um habilidoso e astuto estrategista, capaz de manipular o sistema político para alcançar seus objetivos.

Mas, independentemente do que se pense dele, é inegável que Eduardo Cunha teve um papel importante na história recente do Brasil. Ele foi o presidente da Câmara dos Deputados entre 2015 e 2016, período que ficou marcado pelo processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff.

Cunha foi um dos principais articuladores do impeachment, usando sua posição de poder para pressionar deputados a votarem a favor da deposição. Foi ele também quem autorizou a abertura do processo de impeachment na Câmara, em dezembro de 2015.

Mas, enquanto Cunha era visto por muitos como um herói da oposição, ele também acumulava denúncias de corrupção. Em meio aos protestos que pediam a saída de Dilma Rousseff em 2015, surgiram as primeiras acusações formais contra Cunha.

Ele era suspeito de receber propina em contratos de exploração de petróleo da Petrobras, esquema que ficou conhecido como Petrolão. As investigações avançaram nos anos seguintes, e em 2016 Cunha foi cassado pela Câmara sob a acusação de mentir sobre suas contas no exterior.

Em outubro do mesmo ano, ele foi preso preventivamente pela Operação Lava Jato, que investiga esquemas de corrupção no país. Cunha passou a cumprir pena em regime fechado a partir de março de 2017, condenado por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Com a queda de Cunha, a política brasileira passou por uma grande transformação. O impeachment de Dilma Rousseff, que tinha a oposição como principal força motriz, perdeu grande parte do seu apoio popular.

Além disso, a Lava Jato passou a focar em outras figuras importantes da política brasileira, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral.

Mas, apesar de tudo isso, Eduardo Cunha ainda desperta um fascínio na opinião pública. Ele é o meu malvado favorito da política brasileira, um personagem complexo e fascinante, capaz de despertar tanto amor quanto ódio.

Por um lado, é impossível negar que Cunha cometeu graves crimes de corrupção e precisava ser punido por eles. Por outro, há algo de sedutor na sua história de ascensão e queda, no seu papel como protagonista de uma das maiores crises políticas do Brasil.

Enquanto a história do país é escrita, Eduardo Cunha continuará sendo um nome que divide opiniões. Mas uma coisa é certa: ele será lembrado como um dos principais símbolos da corrupção na política brasileira, e como um exemplo das consequências da impunidade e da falta de transparência.